quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Papo de aluno com Fernando Helton


Apresentação

Olá pessoal, primeiramente me desculpem pelo tamanho do texto, espero que valha a pena ler até o final. Meu nome é Fernando Soares. Sou cratense, para quem não conhece fica na região sul do Ceará, uma região chamada de Cariri. Apesar de gostar muito de Luiz Gonzaga, não esperei o último pau-de-arara sair, corri para Quixadá assim que soube que a UFC estava implantando um novo campus com o foco voltado para TI. Sendo sincero, esta área não era a minha primeira opção. Como a maioria dos apaixonados por carros, pensava em cursar Engenharia Mecânica. Mas não demorou muito para que a computação entrasse no sangue e para que eu virasse um nerd apaixonado por carros, e por computadores também.

Fui um dos agraciados, e também sofredores, da primeira turma da UFC Quixadá. Na época só havia 40 alunos, 9 professores e 3 servidores. Sala com ar-condicionado, laboratório com internet decente (lembro-me de míseros 300kbps para serem divididos entre alunos, laboratórios e coordenação) e ônibus para os alunos ainda era apenas sonho. Apesar das dificuldades a gente foi teimando e conseguiu terminar o curso.

Poucos dias antes da nossa colação de grau, eu e o excelentíssimo Adriano Dodó (vulgo Dodó das canetas!), ficamos sabendo da nossa aprovação na seleção de mestrado da UFRN. O que nos deixou bastante felizes.

Novo Mundo

Ao chegar à UFRN a gente ficou um pouco “cabreiro”, que nem diz no cariri. A adaptação ao novo ritmo de vida e estudos assombrou um pouquinho. Ao invés de esperar na praça dos leões um ônibus que em 10 minutos nos deixava na UFC, levávamos agora cerca de 01h30min pra chegar na UFRN, isso quando o ônibus não quebrava (a linha 03 é amaldiçoada por aqui). O cansaço atrapalhou muito no começo.

A rotina de aulas e estudo no mestrado após um ano ainda me assusta. Aqui, são menos aulas e muito mais estudo em casa. Apesar de já ter um pouco de costume com a leitura de artigos em inglês, aqui o negócio se intensificou. O volume de artigos cresceu, e o prazo diminuiu. Fazer 3 disciplinas no mestrado, agora estava me tomando mais tempo que 5 na graduação com mais 30 horas de estágio, como é que pode? Sinceramente ainda tenho sentimentos de que não vou dar conta, mas a gente continua teimando.

Adaptação

Apesar de ser uma pessoa razoavelmente organizada, tive que melhorar essa organização por aqui. Comecei a usar uma técnica chamada Pomodoro, que me ajudou um bocado a organizar minhas tarefas, meu tempo e principalmente, o foco. Recomendo a vocês fortemente.

Tive que aprender a escrever resenhas de artigos, e pra isso, tive que primeiro aprender a escrever, ao menos razoavelmente. Dificuldade de escrita é algo que me acompanha a muito. Mas com o tempo e a pratica, as coisas estão se ajustando.

Experiências vividas no campus de Quixadá

Durante a graduação, fui bolsista PET, onde realizávamos atividades em ensino, pesquisa e extensão, e isso ajudou bastante na minha formação.  As experiências que tive no PET foram muito importantes nesse meu novo contexto. Ter participado de vários projetos diferentes em ensino, pesquisa e extensão foi crucial. O ensino me ajudou a decidir pelo mestrado, essa experiência me fez perceber que eu gostava de docência e isso me deu o pontapé pra tentar um mestrado. A extensão fez com que eu melhor me relacionasse com as pessoas mundo afora, deixando a timidez de lado e aprendendo a falar. E ter um pouco de experiência com a pesquisa, e foi bem pouco mesmo, foi o que me fez perceber que eu gosto do que eu tento fazer por aqui.

Minha área no mestrado é Sistemas Integrados e Distribuídos, e o que me ajudou por aqui foram as experiências em programação em vários projetos que rolam aí no campus e também o estágio na iFactory. Participei do SAVI, do SIPPA (ainda usam?) e alguns mais, e isso me ajudou mais a aprender programação, do que eu ajudei nos projetos.

Oportunidades perdidas

O que mais me fez falta por aqui, foi ter investido pouco em pesquisa. Se eu pudesse voltar atrás teria me dedicado mais a isto. Afinal no mestrado tem muita pesquisa, e uma boa experiência prévia ajuda muito. Teria tentado escrever mais, se fosse hoje, aceitaria escrever as atas das reuniões do PET. E também teria pedido mais livros emprestado ao Paulo Ramom.

Conselhos

Como conselhos pra quem está na graduação deixo os seguintes:
  • Se dediquem. Isso aí é o futuro de vocês, é o que vocês vão fazer da vida, então não custa nada dar o máximo que puderem;
  • Colem nos professores. Não sejam babões, por que isso é feio, mas explorem eles. Tirem dúvidas, mandem email, não tenham medo de perguntar, é perguntando e questionando que se aprende. Dificilmente vocês encontrarão professores tão atenciosos quanto os daí;
  • Tentem pegar alguma bolsa. As bolsas que tem por aí, e são muitas, podem ajudar muito vocês. Vocês vão ter tarefas além das disciplinas para fazer, e isso pode enriquecer muito o conhecimento de vocês. Além de deixar uma graninha no fim do mês;
  • Compita com você mesmo. Tente ir além das suas capacidades. Se você acha que só consegue estudar uma hora por dia, tente estudar uma hora e dez minutos. Quando você perceber, estará fazendo muito mais do que achava que podia;
  • Invista nas disciplinas da sua área, mas não se deixe prejudicar nas outras por isso. O mundo dá voltas e aquilo que você não achava importante aprender pode ser necessário em outro contexto. Ou simplesmente, uma hora você pode se apaixonar por outra área que você antes pensou que nunca ia gostar;
  • Leiam muito e escrevam muito também. Não necessariamente textos acadêmicos, livros de literatura também valem. Tentem escrever resumos de artigos, livros, escrevam em blogs, etc. Leitura e escrita vão servir pra qualquer coisa que vocês decidirem fazer na vida.
Enfim, deixo aqui meu abraço e espero que meu relato tenha sido bom para vocês. Desejo muita sorte e bons estudos a todos!

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