quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Papo de Aluno com Jefferson da Silva Barbosa


Apresentação 

Meu nome é Jefferson da Silva Barbosa, tenho 19 anos, sou da cidade de Nova Russas, que fica na região dos Inhamuns no Ceará, estou no 4º Semestre do curso de Engenharia de Software. Atualmente sou bolsista do programa Ciências sem Fronteiras, estou vivendo na cidade de Santander (Espanha) e estou fazendo o curso de Engenharia da Computação na UC (Universidade de Cantábria). 

Adaptação 

Uma das minhas primeiras dificuldades na UC foi que o ano letivo começa em setembro, então na prática é como se estivesse fazendo primeiro o 5º semestre para depois fazer o 4º e com isso não pude cursar algumas disciplinas que eu desejava. O primeiro mês foi um pouco difícil, pois tive que aprender novas bibliotecas de Java criadas por professores em que todos os alunos já deveriam ter conhecimento prévio de disciplinas anteriores, além disso os professores exigem que o código tenha o menor custo possível de memória e a cada deslize são descontados pontos. 

Universidade 

O sistema de ensino não muda muito do que o Caio descreveu. No planejamento de aulas o professor deve dedicar metade do horário em exercícios práticos e teóricos. No laboratório temos que resolver diversos problemas ou construir algum tipo de equipamento ou software com uma lista passo a passo, além dos trabalhos em sala nos temos que entregar semanalmente exercícios que são cobrados para fazer em casa e às vezes apresentar e defender algum tema que tenha relação com o conteúdo apresentado em sala. Os exames parciais são feitos em 50 minutos com aproximadamente 8 itens e a nota final é dada pela junção de todos os exercícios, o peso dos trabalhos variam de 30% a 60% da nota final dependendo do professor, mais um ou dois exames para completar o restante da nota e para divulgação das notas e materiais de estudo os professores utilizam o Moodle. 

Professores 

Os professores são muito capacitados e passam muita segurança no que estão explicando, mas é como todos já disseram, os nossos professores da UFC-Quixadá são tão bons quanto. Muitas das coisas que estavam explicando eu já tinha uma base, então em momento algum fiquei perdido durante as aulas. Assim como na UFC, os professores estão quase sempre disponíveis fora dos horários de aula para tirar duvidas e indicar boas fontes para pesquisar e entender melhor o que se foi passado durante as aulas, a diferença está no que a Virgínia disse, que alguns professores da UFC vão além da relação professor-aluno, eles são amigos que se preocupam com seus alunos e devido a isso nos deixam mais livres para fazer perguntas.

Alunos 

Uma boa parte dos alunos nos passa a sensação de estar em uma competição na disputa por sua vaga no mercado de trabalho, talvez isso seja uma das razões das pessoas nos passarem o sentimento de individualismo. Aqui não existe o companheirismo que estamos acostumados no Brasil, não é comum ver pessoas dando risadas com seus colegas no intervalo ou conversando dentro do ônibus. 

Quais os conselhos que você daria para um aluno que está começando? 

Dedique-se a partir do primeiro dia até o ultimo de sua graduação. 

Participe de competições de programação. 

Seja uma pessoa comunicativa e troque ideias com seus amigos e professores. 

Tente fazer intercambio durante sua graduação, é uma experiencia única que mudara sua realidade, tanto profissional quanto pessoal.

Sempre se pergunte se é isso em que você quer trabalhar pro resto da sua vida.

Mantenha-se sempre atualizado.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Papo de aluno com André Luís Pitombeira


Sou o André Luís Pitombeira, sou natural de Russas-CE e tenho 25 anos. Graduado em Sistemas de Informação pela UFC/Quixadá. Fiz parte da primeira turma de Sistemas de Informação do campus, que teve início em 2007.2 e colei grau em 2011.1.

Atualmente trabalho como desenvolvedor de software no Laboratório de Sistemas e Banco de Dados(lsbd), que é um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de software vinculado ao Departamento de Computação da UFC. Desenvolvemos aplicativos para dispositivos móveis(iOS e Android) e backends em flex + .net ou flex + rails. Adotamos o scrum como metodologia de desenvolvimento. No laboratório temos vários projetos que são desenvolvidos simultaneamente. Temos equipes pequenas que são compostas de clts e estagiários, sendo que cada equipe fica alocada em um projeto. Os membros das equipes são normalmente multifuncionais, pois atuam, tanto na especificação e análise, como no desenvolvimento do software. 

No início quando cheguei no laboratório fiquei um pouco apático. Primeiro, porque não esperava ter que programar, pois não tinha muita experiência e nem sabia direito. Mas mesmo assim tive que aprender rails e flex para poder atuar nos projetos. Segundo, porque o pessoal que trabalhava lá era na sua grande maioria alunos ou ex-alunos da computação. Era um grupo que já se conhecia há bastante tempo e que de certa forma era meio fechado, daí tive dificuldades de me enturmar. Mas aos poucos fui ganhando a amizade dos meninos e consegui me enturmar =).

No entanto, a maior dificuldade que tive foi ter que programar. Era um aluno mediano nas cadeiras de programação, sempre conseguia fazer os trabalhos e ia relativamente bem nas provas. Mas na hora de programar profissionalmente a coisa era diferente. Parecia que não sabia de absolutamente nada e não conseguia fazer as coisas direito. Já estava desesperado(pensei até em mudar de profissão), mas ai tive um pouco de calma e comecei a trabalhar minhas limitações. Em primeiro lugar, fiz uma lista das minhas limitações e dáquilo que precisava aprender(a lista ficou enorme). Após isto, juntei um material para estudar e comecei a estudar todas as noites e nos fins de semana. Fui lendo livros técnicos e exercitando bastante. Uma coisa que me ajudou muito foi baixar o código de alguns projetos open source. Ás vezes eu passava a noite inteira só estudando o código e tentando entendê-lo. E, foi ai que comecei a perceber que programar não era uma coisa tão complicada assim, na verdade era só uma questão de prática. 

Não obstante, se pudesse voltar no tempo e fazer a faculdade novamente teria me dedicado mais nas disciplinas, sobretudo, áquelas mais teóricas. Ás vezes nos enganamos e achamos que o curso deve ensinar áquilo que o mercado está pedindo, mas nos esquecemos que as tecnologias mudam com muita velocidade. Áquilo que é usado hoje, pode não ser mais usado amanhã, como por exemplo o java, que está perdendo mercado para o ruby. Então, o curso deve prover as habilidades necessárias para que possamos enfrentar esse novos desafios, através da nossa capacidade de raciocínio e de abstração, que são essenciais para desenvolver software e não no aprendizado de tecnologias, que são específicas para determinados contextos e muito voláteis.

Gostaria muito, mas muito mesmo de ter estagiado mais, pois o estágio tem um papel importantíssimo na nossa formação como profissional, pois é no estágio que ganhamos nossa primeira experiência de trabalho e se você não tiver experiência, muito dificilmente você vai arrumar emprego, mesmo você tendo sido um bom aluno
Deveria ter me dedicado mais no curso de inglês. Até sair da faculdade não tinha noção do quanto o inglês é importante. Achava que saber ler bem e escrever comentários seria o suficiente, mas fui cobrado para ser fluente, pois trabalhei em um projeto em que precisava me comunicar com um pessoal da holanda com frequência através de emails e skype.

Durante a graduação fiz mobilidade acadêmica, que foi bem interessante, pois vi como funcionava as coisas aqui em Fortaleza e tive a oportunidade de estabelecer novos contatos. Um destes contatos foi o professor que é chefe do laboratório que trabalho. Tive a oportunidade de conhecer o GREAT, que é um grupo de pesquisa bem estabelecido, no qual vários professores do nosso curso fazem parte.

O nosso campus por ser pequeno tem um grande diferencial. Esse diferencial é a oportunidade que temos de acesso aos professores, que considero um dos pontos mais positivos da minha formação. Graças a essa proximidade conheci com mais profundidade as diferentes áreas que os professores trabalhavam(lógica, eng. de software, redes, etc), que foi essencial para descobrir o que gosto e pretendo trabalhar no mestrado; discuti assuntos técnicos(essencial para amadurecer o senso crítico) e recebi muitos conselhos que estão sendo fundamentais na minha vida profissional. Sou muito grato a todos por isso.

Para os alunos que estão na graduação tenho algumas dicas:
- Não se apeguem a Sistema Operacional. Dependendo do que vocês vão trabalhar o S.O pode mudar. 
- Não se apeguem a linguagem de programação. Mas seja pelo menos muito bom em uma.
- Se você pretende ser tester é importante que tenha boa experiência nisso(faça um estágio focado em teste).
- Tentem fazer estágio fora da faculdade. O nível de cobrança é bem mais profissional.
- Tenham uma boa base de controle de versão(svn e git)
- Certificações não garantem emprego, mas são um bom diferencial.
- Estudem muito inglês. Inglês é essencial!!
- Façam parte de alguma lista de discussão técnica.
- Entrem em algum projeto open source.
- Participem de cursos, congresos e seminários não apenas pelas horas extras, mas para está atualizado com as novas tendências e estabelecer o networking.

O networking é extremamente importante para arrumar emprego. A maioria das empresas contratam por indicação, então ter uma boa base de contatos é essencial na hora de procurar emprego.

Fortaleza está com uma demanda muito alta de profissionais de TI, a maioria das empresas estão contratando. A grande maioria das vagas são para desenvolvedores que trabalham com as tecnologias: java, .net, rails e android; mas as mais remuneradas são para os desenvolvedores de iOS e c++. Ultimamente houve uma demanda enorme por tester, que tem se apresentado como um mercado em expansão e carece de profissionais qualificados. As empresas estão pagando normalmente para os profissionais recém formados salários entre 2.000 e 3.000 mais benefícios(vale alimentação e plano de saúde).
Enfim, era isso que tinha pra dizer. Me desculpem se foquei muito no desenvolvimento de software, mas é área que conheço e trabalho, então se fugisse dessa linha não teria muita propriedade para falar. Espero que possa ter contribuído em alguma coisa para vocês. 

Papo de aluno com Fernando Helton


Apresentação

Olá pessoal, primeiramente me desculpem pelo tamanho do texto, espero que valha a pena ler até o final. Meu nome é Fernando Soares. Sou cratense, para quem não conhece fica na região sul do Ceará, uma região chamada de Cariri. Apesar de gostar muito de Luiz Gonzaga, não esperei o último pau-de-arara sair, corri para Quixadá assim que soube que a UFC estava implantando um novo campus com o foco voltado para TI. Sendo sincero, esta área não era a minha primeira opção. Como a maioria dos apaixonados por carros, pensava em cursar Engenharia Mecânica. Mas não demorou muito para que a computação entrasse no sangue e para que eu virasse um nerd apaixonado por carros, e por computadores também.

Fui um dos agraciados, e também sofredores, da primeira turma da UFC Quixadá. Na época só havia 40 alunos, 9 professores e 3 servidores. Sala com ar-condicionado, laboratório com internet decente (lembro-me de míseros 300kbps para serem divididos entre alunos, laboratórios e coordenação) e ônibus para os alunos ainda era apenas sonho. Apesar das dificuldades a gente foi teimando e conseguiu terminar o curso.

Poucos dias antes da nossa colação de grau, eu e o excelentíssimo Adriano Dodó (vulgo Dodó das canetas!), ficamos sabendo da nossa aprovação na seleção de mestrado da UFRN. O que nos deixou bastante felizes.

Novo Mundo

Ao chegar à UFRN a gente ficou um pouco “cabreiro”, que nem diz no cariri. A adaptação ao novo ritmo de vida e estudos assombrou um pouquinho. Ao invés de esperar na praça dos leões um ônibus que em 10 minutos nos deixava na UFC, levávamos agora cerca de 01h30min pra chegar na UFRN, isso quando o ônibus não quebrava (a linha 03 é amaldiçoada por aqui). O cansaço atrapalhou muito no começo.

A rotina de aulas e estudo no mestrado após um ano ainda me assusta. Aqui, são menos aulas e muito mais estudo em casa. Apesar de já ter um pouco de costume com a leitura de artigos em inglês, aqui o negócio se intensificou. O volume de artigos cresceu, e o prazo diminuiu. Fazer 3 disciplinas no mestrado, agora estava me tomando mais tempo que 5 na graduação com mais 30 horas de estágio, como é que pode? Sinceramente ainda tenho sentimentos de que não vou dar conta, mas a gente continua teimando.

Adaptação

Apesar de ser uma pessoa razoavelmente organizada, tive que melhorar essa organização por aqui. Comecei a usar uma técnica chamada Pomodoro, que me ajudou um bocado a organizar minhas tarefas, meu tempo e principalmente, o foco. Recomendo a vocês fortemente.

Tive que aprender a escrever resenhas de artigos, e pra isso, tive que primeiro aprender a escrever, ao menos razoavelmente. Dificuldade de escrita é algo que me acompanha a muito. Mas com o tempo e a pratica, as coisas estão se ajustando.

Experiências vividas no campus de Quixadá

Durante a graduação, fui bolsista PET, onde realizávamos atividades em ensino, pesquisa e extensão, e isso ajudou bastante na minha formação.  As experiências que tive no PET foram muito importantes nesse meu novo contexto. Ter participado de vários projetos diferentes em ensino, pesquisa e extensão foi crucial. O ensino me ajudou a decidir pelo mestrado, essa experiência me fez perceber que eu gostava de docência e isso me deu o pontapé pra tentar um mestrado. A extensão fez com que eu melhor me relacionasse com as pessoas mundo afora, deixando a timidez de lado e aprendendo a falar. E ter um pouco de experiência com a pesquisa, e foi bem pouco mesmo, foi o que me fez perceber que eu gosto do que eu tento fazer por aqui.

Minha área no mestrado é Sistemas Integrados e Distribuídos, e o que me ajudou por aqui foram as experiências em programação em vários projetos que rolam aí no campus e também o estágio na iFactory. Participei do SAVI, do SIPPA (ainda usam?) e alguns mais, e isso me ajudou mais a aprender programação, do que eu ajudei nos projetos.

Oportunidades perdidas

O que mais me fez falta por aqui, foi ter investido pouco em pesquisa. Se eu pudesse voltar atrás teria me dedicado mais a isto. Afinal no mestrado tem muita pesquisa, e uma boa experiência prévia ajuda muito. Teria tentado escrever mais, se fosse hoje, aceitaria escrever as atas das reuniões do PET. E também teria pedido mais livros emprestado ao Paulo Ramom.

Conselhos

Como conselhos pra quem está na graduação deixo os seguintes:
  • Se dediquem. Isso aí é o futuro de vocês, é o que vocês vão fazer da vida, então não custa nada dar o máximo que puderem;
  • Colem nos professores. Não sejam babões, por que isso é feio, mas explorem eles. Tirem dúvidas, mandem email, não tenham medo de perguntar, é perguntando e questionando que se aprende. Dificilmente vocês encontrarão professores tão atenciosos quanto os daí;
  • Tentem pegar alguma bolsa. As bolsas que tem por aí, e são muitas, podem ajudar muito vocês. Vocês vão ter tarefas além das disciplinas para fazer, e isso pode enriquecer muito o conhecimento de vocês. Além de deixar uma graninha no fim do mês;
  • Compita com você mesmo. Tente ir além das suas capacidades. Se você acha que só consegue estudar uma hora por dia, tente estudar uma hora e dez minutos. Quando você perceber, estará fazendo muito mais do que achava que podia;
  • Invista nas disciplinas da sua área, mas não se deixe prejudicar nas outras por isso. O mundo dá voltas e aquilo que você não achava importante aprender pode ser necessário em outro contexto. Ou simplesmente, uma hora você pode se apaixonar por outra área que você antes pensou que nunca ia gostar;
  • Leiam muito e escrevam muito também. Não necessariamente textos acadêmicos, livros de literatura também valem. Tentem escrever resumos de artigos, livros, escrevam em blogs, etc. Leitura e escrita vão servir pra qualquer coisa que vocês decidirem fazer na vida.
Enfim, deixo aqui meu abraço e espero que meu relato tenha sido bom para vocês. Desejo muita sorte e bons estudos a todos!

Papo de Aluno com Adriano Dodó


Eu sou Adriano Dodó egresso da primeira turma de Sistemas de Informação (SI) da UFC\Campus Quixadá. Atualmente sou aluno de Mestrado do Programa de Pós Graduação em Sistemas e Computação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde realizo estudos na linha de pesquisa de Teoria da Computação, mais precisamente na área de Lógica.


Após mudar-me para Natal, em Agosto/2011, meu primeiro desafio foi adaptar-me a rotina docampus e à cidade. Felizmente parentes do amigo Fernando Helton, colega de Graduação que também foi aceito nessa seleção, nos ajudaram bastante nesses momentos iniciais. No primeiro semestre cursei três disciplinas. Uma dessas abordava assuntos novos para mim e naturalmente surgiram dificuldades. Uma forma de evoluir na disciplina foi realizar grupos de estudos (essa era uma atividade bastante realizada pelo grupo PET/SI) para resolver exercícios e discutir assuntos da disciplina. Graças a isso consegui também interagir com alunos do programa e fazer boas amizades.


Ao chegar aqui tinha a esperança que minha bolsa não tardasse a ser liberada. Entretanto, tive que esperar três meses até sua efetivação. Foi um momento delicado, pois não daria para passar muito tempo sem um recurso pra financiar os estudos. Além disso tive que morar num local distante do campus. Isso foi uma baita dificuldade, pois gastava bastante tempo no trânsito e deixava de participar com mais intensidade do cotidiano da Universidade. Contudo, a parte mais difícil mesmo é estar um bocado longe de casa. É dolorosa a distância dos entes queridos. Ou saudade!



Hoje estou cursando o terceiro semestre e desde o começo do mestrado a bibliografia utilizada tem sido essencialmente em Inglês. Felizmente na graduação, em muitas disciplinas que cursei, tive contato com artigos e livros escritos nesse idioma. Isto tornou minha vida menos difícil  por aqui. Tive também a oportunidade de ser bolsista do PET/SI, onde participei de projetos de desenvolvimento de softwares, não me tornei um expert no assunto, mas o fato de saber programar em algumas linguagens tem me ajudado bastante nas tarefas de implementação e também a acompanhar o trabalho de colegas de outras linhas de pesquisa (Algoritmos, Engenharia de Software). 



Ao longo desses semestres cursei disciplinas com turmas da graduação. Percebi que parte dos professores do departamento de computação estão vinculados a pós-graduação. Sendo que alguns deles dedicam-se bastante a pós-graduação e, acho que por conta disso, deixam de dar a devida atenção a graduação. Na UFC/Quixadá  de certa forma sentia me privilegiado, pois os professores estavam mais atentos as dificuldades dos alunos e de certa forma eram mais acessíveis nas horas de dúvidas.



Além de cursar disciplinas, realizo as as seguintes atividades: iniciação a docência; produção de artigos sob supervisão do orientador; encontros do grupo de pesquisa a que estou vinculado. Para dar conta das cobranças tenho dedicado muito esforço e tempo. O desconhecido às vezes nos assusta, contudo sou um pouco teimoso e tenho preferido encará-lo como uma oportunidade de aprender algo que não sabia antes.



Características muito valorizadas por aqui são a capacidade de tomar iniciativa e de assumir responsabilidades. Caso ainda não tenha aprendido a se planejar, procure aprender! Usar bem o tempo e saber o que tem que ser feito é essencial para lidar com as tarefas do dia a dia. Nunca fui dos mais organizados, e estou pagando meu preço por isso! Comunicar ideias de forma clara e objetiva, redigir trabalhos acadêmicos são habilidades fundamentais para ter sucesso na pós. 



Tivesse eu autoridade para aconselhar os colegas que desejam ingressar na pós-graduação diria o seguinte: goste do que você faz ou irá fazer! isto te ajudará a manter-se motivado diante das adversidades que surgirão; procure conhecer melhor a sua área de interesse, para tanto, converse com seus professores sobre assuntos que você tem curiosidade ou participe de eventos, esses são bons locais para ter novas ideias e conhecer pessoas que tem interesses semelhantes aos seus; não descuide do seu rendimento acadêmico, além de ser importante para o seu curriculo, te ajudará na hora de fazer o POSCOMP - muitos programas de pós graduação utilizam a nota desse exame como um dos critérios nos seus processos seletivos; a universidade oferece diversas possibilidades de bolsas, seja bolsita; reforçando o coro de outros "papos dealunos", estude inglês. :)



No mais, agradeço ao Prof. Wladimir a oportunidade de compartilhar a minha experiência com a comunidade acadêmica da UFC de Quixadá. No que puder ajudar, dentro das minhas limitações, podem contar comigo. Enquanto isso, continuarei a teimar por aqui!

Papo de aluno com Cléber Sousa


Apresentação

Eu sou Cleber, aluno da primeira turma do curso de Engenharia de Software da UFC - Campus Quixadá. Atualmente estou estudando na universidade Drexel, na Filadélfia como participante do programa Ciência Sem Fronteira da Capes, pelo período de um ano. Aqui estou matriculado no curso de Sistemas de Informação, mas ainda posso fazer metade das disciplinas de cada período em qualquer outro curso, o que me dá muitas possibilidades de melhorar meus conhecimentos.

Novo Mundo
Gostaria de compartilhar um pouco sobre minha experiência, não só sobre a vida estudantil, mas também a experiência como um todo de viver em uma das maiores cidades dos EUA. Primeiramente, sobre o sistema de ensino, o que tenho a falar é que realmente é mais puxado. E pelo que tenho ouvido falar dos outros estudantes do Ciências sem fronteiras é que é algo recorrente nas universidades aqui, o fato de que o aluno deve produzir mais no seu tempo livro do que na sala de aula. Toda semana, independente da disciplina temos várias atividades extra sala a entregar e isso é bastante cobrado, e faz parte da sua nota final. Os professores são bastante qualificados, mas os nossos são tanto quanto os daqui. A grande diferença reside na sua maior parte na estrutura da universidade. Não existem problemas estruturais que possam interferir no andamento das atividades acadêmicas. Outra coisa importante a citar é o fato de viver no campus, estar 24 horas inserido na universidade, permite aos alunos se dedicar integralmente às suas atividades além de permitir grande interação social.  Outro ponto interessante é a segurança, o campus tem sua própria patrulha, o que torna a área da Drexel e da UPenn(universidade vizinha) locais seguros para os estudantes e pra população em geral. Sobre a cidade, tem sido uma ótima experiência viver na Filadélfia. Apesar de ser bastante populosa, a cidade não é caótica como imaginei que seria. O centro da cidade é bem calmo seguro, pode-se andar tranquilamente, as ruas são extremamente limpas.  A cidade em geral é muito bonita e tem muitas atrações turísticas, por ter sido a primeira capital dos EUA tem muita história.


Adaptação

A maior barreira no início foi se acostumar com o ritmo de ensino, mais puxado. Por exemplo, em uma das disciplinas, Introduction to Information Systems, sempre tínhamos que ter alguma leitura feita antes de cada aula, um capítulo ou dois do livro. Quando chegávamos na sala a aula e as perguntas feitas pelo professor tinham mais a acrescentar ao que se tinha lido em casa. Ir pra sala sem ler o capítulo pra aula seria ruim pra acompanhar a aula e ruim pra sua nota final, pois na prova era cobrado o que se tinha lido e discutido em sala. Em outra disciplina de banco de dados, 'Database Management Systems', tivemos que desenvolver um projeto, e o mais interessante era que a cada semana tinha uma parte pra entregar, desde os requisitos e proposta do projeto até o projeto implementado, sendo assim, não tinha como o grupo deixar pra fazer de última hora, sem contar os trabalhos de casa que tínhamos que fazer paralelamente a isso, dessas e de outras disciplinas. Com o decorrer das aulas me acostumei com o ritmo e consegui conciliar as atividades de todas as disciplinas.


Quais as experiências aprendidas na graduação foram úteis nesse novo contexto?
O aprendizado que tive na graduação foi importante nas disciplinas que fiz aqui, de vez em quando em uma aula ou outra algum assunto remetia a algo que já tinha visto na UFC, como algum conceito de programação, que precisei na disciplina que fiz que foi dada em Python ou de banco de dados, em outra disciplina, os conhecimentos adquiridos previamente me ajudaram bastante. Ter participado de um projeto de monitoria em capacitacão em requisitos de software no ano passado, também me ajudou aqui, como no projeto tive que praticar a escrita de documentação de requisitos, isso me ajudou na escrita da documentação do projeto da disciplina de banco de bados que fiz aqui.

Quais as experiências aprendidas na graduação foram úteis nesse novo contexto?
O aprendizado que tive na graduação foi importante nas disciplinas que fiz aqui, de vez em quando em uma aula ou outra algum assunto remetia a algo que já tinha visto na UFC, os conhecimentos adquiridos previamente me ajudaram bastante. Na disciplina de programação em Python o que mais me ajudou foram os conceitos gerais de programação que vi nas disciplinas, desde fundamentos de programação a linguagens de programação. A disciplina foi bem básica, serviu mais pra rever alguns conceitos e aprender um pouco de Python. Na disciplina de banco de dados que fiz aqui, tive que usar os conhecimentos de banco de dados da disciplina que fiz na UFC, como a professora se aprofuncou bastante nos conceitos e no projeto tivemos que implementar o banco de dados o básico que aprendi em Fundamentos de banco de dados foi essencial. Ter participado de um projeto de monitoria em capacitacão em requisitos de software no ano passado, também me ajudou aqui, como no projeto tive que praticar a escrita de documentação de requisitos, isso me ajudou na escrita da documentação do projeto da disciplina de banco de dados, em todas as etapas do trabalho tivemos elogios quanto à nossa escrita.

Outras disciplinas:


Fiz a disciplina Introduction of Information Systems, como nós do curso de Engenharia de software não temos a disciplina de Teoria geral dos sistemas, decidi fazer essa disciplina pra acrescentar mais conhecimento, sendo que é um conhecimento necessário. A disciplina tratava dos tipos de sistemas de informação, além de como avaliar as necessidades da organização e como esses sistemas podem agregar valor à organização. Fiz também a disciplina Social Aspect of Information Systems, que tratava do contexto social da tecnologia, de como sistemas de informações podem ter uma influência no comportamento das pessoas e como elas convivem, ou como executam alguma tarefa.


Quais os conselhos que você daria para um aluno que está começando?
Para os alunos que estão começando, eu diria que não percam tempo, estudem muito. Tenham compromisso, e levem a universidade a sério, ela é só o começo. E como a Virginia falou e vale ressaltar, temos uma universidade de qualidade, e como falei anteriormente nesse texto, nossos professores não estão atrás dos daqui. Temos as ferramentas nas nossas mãos basta ter vontade de aprender e crescer. 

Papo de aluna com Virgínia Farias


Apresentação

Bem, continuando o papo de aluno, vou falar um pouco sobre a experiência que tive com mobilidade acadêmica informal, na UFC em Fortaleza. Meu nome é Virgínia Farias. Atualmente, estou cursando o 8º semestre do Curso de Sistemas de Informação . Essa oportunidade surgiu através do Prof. Enyo, que quando assumiu a atividade de estágio, realizou um grande trabalho buscando oportunidades de estágio para os alunos que deveriam fazê-lo. Com isso, surgiram vagas na Ifactory Solutions, que também tem atividades em Quixadá (na Católica). A proposta era ficar um ano em Fortaleza e voltar para continuar na unidade de Quixadá, de maneira a obter mais experiência em Fortaleza e trazer essa experiência pra Quixadá. Aceitei o desafio.

O mundo novo
Então, era preciso fazer as disciplinas em Fortaleza. A adaptação não foi tão difícil quanto imaginava.  O tempo que se gasta com deslocamento  é que foi algo ruim. Nos dias em que precisava ir de casa pra aula, da aula pro estágio, do estágio pra aula (novamente) e da aula pra casa, perdia de 3 a 4 horas do meu dia. Isso é muito tempo. Não tinha como utilizar esse tempo lendo, então resolvi algumas vezes ouvir áudio aulas de inglês pra não perder por completo esse tempo.

Com relação às disciplinas, não muda muita coisa. Os professores têm a mesma qualidade. Porém, a proximidade que temos dos professores do campus Quixadá é bem diferente. Acho que isso é um grande diferencial. Sempre que precisamos deles, estão dispostos a ajudar, a relação é bem mais que somente professor-aluno, chegando algumas vezes a ser de amizade. Outra coisa também que achei diferente foi o relacionamento entre os alunos. Não há tantaunicidade. Mas isso pode ser pelo fato de sermos novatos.

O que você levou de Quixadá?

Em relação ao que me foi útil durante a graduação para esse novo desafio, digo: TUDO FOI ÚTIL. Todos os conhecimentos de que necessitei, já havia tido uma base em alguma disciplina. Durante a avaliação do estágio, por parte da empresa, recebi elogios quanto ao conhecimento que tinha que estava além do que esperavam. Isso deve ao fato que os professores falam do que é necessário saber, pois quando ainda estamos somente dentro da universidade, não sabemos ao certo o que o mercado está precisando, o que é preciso conhecer.

O que poderia mudar?

O que o Caio falou também se aplica no meu caso. Acho que falta mais prática, vê a coisas funcionando. Os trabalhos não deveriam ser apenas mais um arquivo guardado na pasta trabalhos da disciplina X do semestre Y. Eu ficaria mais motivada se visse o que eu fiz na disciplina sendo útil em alguma coisa, sendo utilizado no mundo real. E acho que o principal que está faltando é : APRENDER A APRENDER. Não há como aprender tudo que temos que saber durante a faculdade (nem meso durante uma vida). O universo de conhecimento é enorme, então temos que aprender a nos virar quando temos que aprender algo. Isso aconteceu comigo no estágio. Perguntaram-me se queria entrar em um projeto com uma tecnologia nova (que nunca tinha visto), que era Portal (utilizando uma ferramenta específica). Jamais iria dizer que não queria porque não conhecia. Vi nisso uma oportunidade. Tive que me virar pra aprender e tenho certeza que isso contou muitos pontos positivos pra mim.

Portanto, o que falta acrescentar aos professores? Melhorar as metodologias de ensino. O que falta aos alunos? Mais vontade de estudar. (Inclusive eu). Ao que estão começando agora, aproveitem esses professores que vocês têm. Não é o fato de estarmos no interior que nos deixa atrás de qualquer outra universidade nesse país. Somos bons e podemos ser melhores.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Papo de aluno com Caio


Papo de aluno com Caio

A ideia é incentivar alunos que estão vivendo ou já viveu uma situação diferenciada compartilharem suas experiências com os outros alunos, visando o crescimento do nosso corpo docente. Eu entrei em contato com o aluno Caio Vinícius Gomes Baltazar que está estudando Rose–Hulman Institute of Technology (RHIT) pelo programa ciências sem fronteiras.

Vida Acadêmica

Bem, com respeito à vida acadêmica, o sistema americano é bem diferente. Pra mim, é mais trabalhoso. Aqui temos bem menos horas-aula que no Brasil, mas muito, muuuuuuito mais homework. Todo dia tem tarefa de casa de todas as matérias e projetos pra se reunir, fazer e entregar. Logo, não há opção de não estudar. As notas não dependem tanto de prova, mas sim dos homeworks e principalmente projetos. Você não tem escolha a não ser estudar 8 horas por dia fora as aulas, que somam menos de 4 horas por dia no meu caso. As matérias que peguei são bem interessantes e desafiadoras. Aprendi bastante aqui. Mas tive que estudar por fora e passar muitas noites sem dormir trabalhando nos projetos. Os professores são muitíssimo bem preparados, mas também são muito compreensivos. Se você precisar de ajuda eles sempre colaboram. Toda aula eles disponibilizam um formulário de feedback anônimo sobre as aulas. Frequentemente recebem criticas pesadas, e fazem por onde melhorar. O que realmente faz efeito.
Com relação às provas, são sempre feitas em 50 minutos. Com 7 a 25 questões, dependendo do professor. Você tem que correr. Há bastante leitura obrigatória de autores renomados e autores polêmicos. Você acaba ficando por dentro do que é consolidado e do que é questionado. Acima de tudo, o mais legal aqui são os laboratórios. Laboratórios são aulas especiais em que o aluno recebe um passo a passo pra cumprir em sala de aula. Nesse passo a passo constam detalhadamente todas as etapas da exploração prática de algum conteúdo novo. Como, por exemplo, aprender a usar os conceitos SOLID na refatoração de programas ou praticar TDD ou BDD por exemplo. Nesse passo a passo geralmente constam códigos, vídeos, leituras e principalmente perguntas que você tem que responder baseado nos obstáculos que vão sendo apresentados no roteiro. Enfim, a vida estudantil na Rose é puxada. Não é pra qualquer um.

Adpatação e Gereciamento do Tempo

Nas primeiras semanas, fiquei um pouco assustado e achei que não ia dar conta. O que realmente fez diferença foi organizar uma agenda com todos os afazeres e prazos a cumprir, descarregando tudo da memória e passando pro papel. Quando fiz isso, comecei a ter uma visão geral do que tinha que ser feito e comecei a me organizar. Organizar o tempo é tudo por aqui. Checklists até não aguentar mais e listas de tarefas indo e voltando por e-mail.
Outro obstáculo foi a língua. Há muitos professores indianos e estrangeiros (não necessariamente americanos), o que te obriga a lidar com sotaques mais variados. Levei uma ou duas semanas pra me adaptar, mas depois ficou normal.

Reflexão sobre o ensino universitário no Brasil

Porém, pelo lado bom, a educação no Brasil não é ruim. Não me faltou base por aqui, pelo contrário, apesar das dificuldades me destaquei da maioria dos alunos logo no começo. Recebi elogios de todos os professores no final do trimestre. Alguns ofereceram até carta de recomendação. Ou seja, nossa educação não é fraca. Fracos são os interesses dos alunos e a disciplina em sala de aula imposta pelo professor. Comparando com os EUA, o que falta no Brasil é mais exercício pra forçar o aluno a estudar e fixar o conteúdo. Aqui não tem essa de estudar só antes da prova. Antes da prova você estuda MAIS. 

Ênfase à pratica

Aqui,  a educação é mais voltada para a prática. Todas as cadeiras daqui só muito orientadas a indústria. Pouca teoria. Os professores sempre trazem exemplos reais e demandam aplicações práticas dos conceitos, pois mais raras e exóticas que sejam. Eles querem ver a coisa sendo útil.

Maratona de Programação

Com relação à maratona, acho que estamos na frente. Pelo menos na minha instituição, a competição não é forte e fica em segundo plano. Apesar de eles terem uma cadeira só pra isso.

100% Universidade

Morar no campus é um grande bônus. Você vive 100% do tempo em na vida acadêmica. É bem diferente de a faculdade ser apenas uma parte da sua vida. Quando você mora no campus, a faculdade é o todo.
Os alunos daqui são reconhecidos pelo esforço e reputação. A instituição inspira orgulho nos integrantes, pelo nome e principalmente por ser muitíssima bem estruturada. As pessoas não tem medo de realmente fazer o melhor para os estudantes. Alguns dos ex-alunos costumam doar dinheiro para que a instituição possa comprar novas máquinas, criar novas salas ou melhorar os laboratórios.

Serviços Administrativos e Acadêmicos

Os sistemas acadêmicos são perfeitamente integrados, com sistemas de arquivo distribuído, sistema de notas e planos de aulas, sistemas de formulários e pesquisas, impressoras em rede com impressões gratuitas e banda larga wifi no campus inteiro. Você usa seu ID da instituição em todos os sistemas e tudo fica registrado, inclusive seu histórico de navegação. Você pode inclusive vigiar as máquinas de lavar roupa pelos sistemas internos. :)


Universidade é mais do que paredes

Para encerrar, estamos sim relativamente longe do nível de estrutura daqui. Não temos as salas com projetores automáticos em todas as paredes ou coisas extravagantes. Mas nossos professores tem qualidade e estão ao nível daqui. O sistema acadêmico é que é diferente. Não há tempo livre nem há tempo sem demandas. Tudo é cobrado imediatamente. E o aluno ou estuda, ou fica. Não tem meio termo ou brincadeira. Se há dificuldade legítima, o professor lhe atende pessoalmente.




Apresentação



A ideia do projeto Papo de Aluno é tenta recolher depoimentos de ex-alunos e alunos do nosso campus que estão vivendo experiências diferenciadas, como por exemplo, o Programa Ciências Sem Fronteira (CSF). 

Os textos recolhidos por esse projeto tem três objetivos principais:
  1. Os relatos das experiências vividas por esses alunos podem servir como motivação para os alunos que ainda estão fazendo a graduação e/ou querem ter uma experiência distinta.
  2. Por outro lado, os relatos também servem como feedback para os docentes com relação as nossas práticas docentes.
  3. Conseguir manter um contato com os egressos do Campus de Quixadá.
Espero que este projeto consiga alcançar todos esses objetivos.

Um grande abraço,