domingo, 28 de abril de 2013

Papo de AlunA com Rainara Maia egressa do curso de Sistema de Informação (Campus de Quixadá)



Apresentação
Olá pessoal, me chamo Rainara Maia. Fiz parte da primeira turma de Sistemas de Informação da UFC, campus em Quixadá e atualmente sou aluna de mestrado em Ciência da Computação na UFC, integrante do Grupo de Redes de Computadores, Engenharia de Software e Sistemas (GREat), no qual minha linha de pesquisa é Engenharia de Software.
Enfrentando novos desafios
O mestrado não era uma opção para mim no início da faculdade, mas, com o passar dos semestres, fui adquirindo mais conhecimento e experiência, o que me levou a um enorme interesse de cursar um mestrado acadêmico. Minha primeira opção foi fazer o mestrado da UFC, porque era a universidade onde eu já estava trabalhando em pesquisa através do GREat. Eu me formei no meio do ano, mas, o programa de mestrado do Departamento de Computação (DC) da UFC (MDCC - Mestrado e Doutorado em Ciência da Computação) realiza seleções apenas no final do ano. Minha atual orientadora me sugeriu fazer as disciplinas do mestrado como “ouvinte” e ao mesmo tempo trabalhar no GREat. Como funciona isso de “ouvinte”? Para quem não sabe, “ouvinte” é um aluno que não está matriculado na disciplina, mas que, previamente, conversou com o professor para participar dela como se estivesse realmente matriculado (o aluno será avaliado da mesma forma) e depois aproveitar a nota no sistema acadêmico. Então foi isso que fiz. Esse semestre foi muito difícil pra mim, porque eu não sabia se iria ser selecionada para fazer o mestrado. Muitas vezes, achava que estava perdendo tempo, o que foi um pensamento totalmente errado. A minha aprovação nas disciplinas como ouvinte contou pontos na seleção do mestrado.
Adaptação
Meu novo mundo então era encarar as disciplinas do MDCC. Probabilidade e processos estocásticos e Construção e análise de algoritmos (CAnA) foram as disciplinas mais difíceis. Elas requerem muito esforço e muitas horas por dia de estudo. É preciso ter muita dedicação e paciência. Eu passei em todas elas e agora estou na melhor parte do mestrado, que é a pesquisa da dissertação. Ser a melhor parte, não significa ser fácil, também é preciso muita dedicação e concentração para a leitura de artigos. Outras atividades que realizo no mestrado são: organização de reuniões semanais do meu grupo de pesquisa, participação em outros trabalhos de pesquisa na área de testes de software e monitorias de disciplinas.
Além dessas atividades, eu entrei para um projeto de pesquisa aprovado e financiado pela FUNCAP – Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Esse projeto tem sido desenvolvido em parceria com o Laboratório de Automação, Mecânica e Informática Industrial e Humana (Laboratoire d’Automatique de Mécanique et d’Informatique Industrielles et Humaines - LAMIH) na Universidade de Valenciennes et do Hainaut-Cambrésis (UVHC), localizada na França. O objetivo do projeto é a criação de uma abordagem baseada em medições para avaliar a qualidade da interação humano-computador em sistemas ubíquos (meu tema de mestrado). Esse projeto financia intercâmbios de estágio de alunos no mestrado e doutorado. Eu fui chamada pela minha orientadora Rossana Andrade para fazer o intercâmbio de um mês na França e essa foi a experiência mais incrível que já tive em toda minha vida. Eu poderia escrever umas 10 páginas somente sobre essa experiência, mas vou resumir como foi minha estadia por lá :)
Para começar, a viagem de ida, além dos voos, tive que pegar um trem de Paris para a cidade que ia ficar (Valenciennes). Logo de cara, fiquei impressionada com a qualidade do sistema de transporte na França. Lá a cultura de trens é muito grande e o transporte realmente funciona. Em Valenciennes, eu fiquei na residência universitária do campus. É uma residência gigantesca, com vários blocos de quartos, possui cozinhas, lavanderia, espaço de convivência e uma cafeteria, onde você pode fazer todas as refeições (todas pagas, mas baratas). Lá vivem estudantes de várias partes do mundo! Todos os dias eu ia a pé para o laboratório de pesquisa (LAMIH) realizar as atividades do projeto. Pude conhecer vários professores, pesquisadores, estudantes de doutorado e alguns trabalhos de pesquisa. Constatei algumas coisas, uma delas é que nossa pesquisa (Brasil/UFC) não é inferior à pesquisa deles. Estamos no mesmo patamar. 
Com relação ao idioma, antes de viajar, fiquei muito receosa, porque não sei falar francês. Logo que fiquei sabendo que ia viajar, me matriculei em um curso pela internet, bem focado para viagens. Nele pude aprender o básico do básico e conseguia me virar quando estava sozinha. O interessante mesmo foi poder praticar meu inglês lá. Dentro da universidade, eu interagia e conversava com os colegas de laboratório o tempo inteiro em inglês!!! Participei de reuniões em inglês também. Foi sensacional! Fora da universidade (lojas, supermercados, cafeterias, restaurantes) era muito difícil as pessoas falarem em inglês, então eu tinha que me virar com o pouco francês que sabia e através de muitas mímicas. Foi bem interessante, porque consegui me virar bem. Gostei tanto que continuo a estudar francês :)
Também tive a oportunidade de conhecer outras cidades na França, como Paris e Lille e até mesmo Bruxelas, capital da Bélgica. Fiquei muito impressionada como é tão rápido ir de um país para outro. A cidade onde eu estava ficava a menos de 30 minutos da Bélgica. Fazer esse intercâmbio foi uma experiência muito gratificante e, acima de tudo, muito produtiva, tive a oportunidade de discutir e fechar meu tema de dissertação. 



Experiências Importantes
Eu tive várias experiências que me ajudaram nesse novo contexto. A primeira delas foi ser bolsista do PET. Através dessa bolsa eu participei de diversas atividades, tais como organização do WTISC, grupos de estudos, monitoria, atividades de extensão. Todas elas contribuíram muito para meu crescimento e minha formação, afinal foi a primeira experiência profissional que tive.
A segunda experiência importante foi a mobilidade acadêmica realizada em Fortaleza. Através dela, eu pude entrar para o GREat e também cursar as disciplinas em Fortaleza. O interessante é que algumas disciplinas no DC são juntas com a pós-graduação. Você vivencia como é uma disciplina na pós-graduação. Isso é muito bacana para quem está na dúvida de fazer um mestrado na UFC. Outro ponto que vale ressaltar é que uma das disciplinas que eu fiz no DC, tinha como atividade a entrega de resumos e resenhas de artigos científicos toda semana e escrita de trabalho em formato de artigo. A maioria dos artigos era em inglês. Sendo assim, acabei vivenciando atividades que hoje tenho que fazer no mestrado (artigos) e ainda, melhorei bastante meu inglês. Essa é uma sugestão minha para o campus de Quixadá: disciplinas que exijam mais esse tipo de atividade para os semestres avançados.
Finalizando, fazer a disciplina de TCC sob a orientação do professor Lincoln Rocha contribuiu muito na minha decisão de fazer um mestrado. Através dessa disciplina, pude vivenciar fortemente atividade de pesquisa e escrita, além de ter sido. Um ponto interessante e que vale a pena ressaltar aqui é que após a finalização do TCC, publicamos o trabalho em um encontro regional (ERCEMAPI). Isso é muito bom para os alunos e professores, pois podemos ver o trabalho sendo reconhecido por outros professores fora do campus.
O que poderia ter feito diferente?
Várias são as experiências que eu poderia ter tido. Eu deveria ter começado a estudar inglês mais cedo na graduação (isso daria tempo para já ter começado um segundo idioma). Poderia ter tirado mais dúvidas em sala de aula. Por último, deveria ter feito mais minicursos em outras áreas, além de ES, ou seja, não ficar presa somente na minha área.
Conselhos
Alguns conselhos seriam: 

  • Estudar inglês o mais cedo possível. Nunca se sabe quando uma grande oportunidade vai aparecer para você e, como meus colegas já disseram anteriormente, inglês é fundamental tanto no mercado, quanto na academia; 
  • Não ter medo de errar ou vergonha de tirar dúvidas em sala de aula, pois a hora de errar é essa mesmo. Se você está errando é porque você está tentando e estudando, certamente seu erro vai te levar ao aprendizado, então, não poupem seus professores :) 

  • Por último é: não tenham medo de mudanças! Mudar SEMPRE é bom, você sempre aprende algo. Você pode até sofrer, mas com certeza, algo diferente você conheceu, algo diferente você aprendeu e essas experiências só te fazem crescer! Então não percam tempo, encarem novos estágios, novos minicursos, novas cidades, novos projetos e novos mundos!

É isso gente, eu espero que tenham gostado do meu papo de alunA, um grande abraço a todos e bons estudos!

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